17 julho 2007

O Astrónomo

À sombra de um templo o meu melhor amigo e eu vimos um cego sentado e solitário.
O meu amigo disse: “Olha que este é o homem mais sábio da nossa terra”. Então aproximei-me do cego, saudei-o e começamos a falar. Pouco depois disse-lhe: - Desculpa a pergunta, mas há quanto tempo estás cego?
Ele respondeu: - Desde que nasci.
- E qual caminho da sabedoria escolheste?
- Sou astrónomo.
Em seguida levou a mão ao peito e acrescentou: - Observo todos estes sóis, estas luas e estrelas.

Khalil Gibran (1883-1931) O Louco, 1918

9 comentários:

un dress disse...

para quê olhos


se


tudo.por.dentro


refracta


ata


estala


move


dilata




***







*

Dalaila disse...

Não são preciso olhos...
Mas é preciso ver....

A visão está está no interior...

o sol vê-se por dentro no escuro, na claridade, desde que haja brilho,
as estrelas cintilam no correr da pele,
a lua cresce em cada passo, ...
quem sente o coração vê o que há para lá da visão....
basta ver por dentro e saber sentir.

saudosista do futuro disse...

venham as loucuras todas
na suas doses acertivas.

(...)



se é que o a.certo existe.

Anônimo disse...
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un dress disse...

.aqui. beijO

Maria Viene disse...

Belo poema de O Louco, livro de que gosto bastante, tal como o Profeta!

Mas, K, és gago (a) ou distraído (a)?

É que comentas sempre duas vezes!!!

UM BEIJO :)

K disse...

Cara Maria Vienne,

Desculpe pela minha imprecisão motora...mas não sei o que aconteceu!

Beijo

nana disse...

...

(fico assim sempre sem palavras.)

Bayushiseni disse...

Um dia K. olhou para o mestre.

Da sua pena já tinham saído tantas verdades e pérolas de sabedoria.

Os homens amavam o mestre e K. também queria esse amor que não pesa.

A K. apenas as mulheres amavam. E esse amor era amor de mulher. Era diferente.

A K. os homens temiam, pois as suas palavras podiam puxar adagas de cortar e derramar sangue.

K. teve então vontade, invejoso da sua criação, de rasgar as folhas da voz do mestre, os pergaminhos da sua sabedoria, que escorriam por K. abaixo, como se ele fosse, não mais do que simples caneta com o mestre discorria.

Mas K. não pôde. Tinha soltado o mestre no mundo e depois disso já não o podia reaver para dentro de si.

K. chorou. E encostou a cabeça ao peito farto de uma amada, que o consolou.